Meu primeiro post aqui foi sobre um amor do qual eu acreditava ter me libertado — e felizmente, isso aconteceu. Mas eu não estava preparada para encarar de verdade o sentimento de desprezo e desencanto por aquela pessoa.
Sabe quando dizem: "quando acaba a dependência emocional, o bloqueio emocional aparece”? Pois é. Tenho sentido isso na pele. Não que seja ruim, mas é diferente. É novo.
Ao longo da minha vida, sempre busquei amor nas outras pessoas. Em cada pequena interação, tentava encontrar o amor da minha vida. Fantasiava ansiosamente o momento em que ele apareceria. E o mais doido é que, quanto mais eu era maltratada pela pessoa por quem estava apaixonada, mais eu sonhava com alguém que me tratasse bem — mas continuava presa àquela situação.
Era como se eu precisasse desesperadamente provar que eu podia ser amada. Mas esqueci de provar isso a mim mesma. Esqueci de sair daquela realidade.
Hoje, olhando de fora, vejo como tudo foi humilhante. Me sinto suja, envergonhada, com vontade de que o tempo passe logo e essa história se torne apenas uma lembrança vaga — como meu primeiro relacionamento, que eu mal lembro.
Mas no meio de tudo isso, algo inesperado aconteceu: eu não gosto de ninguém. E não sinto mais a obrigação de gostar.Antes, eu morria de medo de ser rejeitada. De ninguém nunca se interessar por mim. Então, mesmo sem sentir atração, eu aceitava qualquer migalha de afeto. Achava que era o melhor que eu conseguiria.Hoje, me sinto leve. E espero que essa leveza seja real. Me vejo focada em mim e nas coisas que realmente importam.
É claro que nem tudo são certezas. Às vezes me pego pensando como seria para alguém novo lidar com os meus transtornos. Vai ter dias em que eu não vou querer sair da cama. Outros em que vou estar ausente. Mas também vai ter dias em que o amor vai transbordar de mim. Vou sentir tudo de forma intensa. E também vai ter insegurança, ciúme, e aquela necessidade de ouvir palavras que eu já programei meu cérebro pra aceitar.
E aí eu me pergunto: como essa pessoa vai reagir quando conhecer o meu eu real? Será que vai querer ficar? Será que ainda vai me achar interessante?
Hoje eu sei que não sou o que muitos homens consideram “normal”. Não bebo, não saio com frequência. Meus hobbies favoritos são ler um bom livro ou maratonar uma série com seis temporadas enquanto como algo calórico o suficiente pra eu prometer que vou compensar no dia seguinte.Não digo isso pra parecer diferente. Às vezes, inclusive, eu queria ser. Viver mais. Errar mais. Ter histórias intensas. Mas o ponto é: em muitas conversas, percebo uma desconexão de ideias e atitudes.
E tudo bem se for algo passageiro. Mas pra construir uma vida com alguém? Não dá.
Não quero estar com alguém que não se esforça pra me entender. Que não entrega o mínimo, mesmo recebendo o meu máximo. Porque quando eu gosto, eu sou intensa. E é exatamente isso que eu busco.
Esses dias vi uma frase que me acertou em cheio:
“Meu próximo relacionamento será o último. Então não estou procurando, não estou preocupada, não estou com pressa. Quero que esse amor me encontre, me envolva, me queira, precise de mim, me ame de verdade e lentamente. Afinal, teremos uma eternidade pela frente.”
É isso.
Quero que meu próximo amor seja leve. Que soe como MPB em uma tarde chuvosa de domingo, com cheiro de comida gostosa vindo da cozinha.
Quero encontrar alguém que me enxergue. Mas, antes disso, quero me enxergar. Quero me encontrar, me amar.
Já passei por tanta coisa… sou cheia de amor pra dar — com uma playlist incrível pra compartilhar.E não acho que devo aceitar qualquer coisa só por medo da solidão.
Sem pressa. Sem desespero.
Só quero viver esse novo momento que eu lutei tanto pra alcançar: a minha liberdade.
Nossa sim
que texto maravilhoso!!! eu acho que a melhor parte de sair de um relacionamento é voltar a ter um compromisso apenas com consigo, voltar a ser você mesma e se priorizar. às vzs eu quero um romance como dos filmes/livros, mas por hora acredito que sou minha melhor companhia (e, honestamente, é muito bom não ter que se preocupar com o compromisso com outra pessoa ou ter que explicar o pq eu me comporto de tal forma às vzs)